domingo, 30 de setembro de 2012

Na volta aos palcos, Planet Hemp segue defendendo a maconha


Do Terra

Marcelo D2 cantou hits como 'Mantenha o Respeito' e 'Legalize Já
Passava de 2h da manhã, e o Planet Hemp tocava a 20ª canção de seu primeiro show aberto ao público em dez anos, na madrugada deste sábado, quando Marcelo D2 relembrou os velhos tempos e pulou do palco, mergulhando em cima da plateia que lotava o Circo Voador, no Rio de Janeiro. D2 se juntou, ali, às dezenas de pessoas que subiram no palco para dar um 'mosh', situação característica de shows de rock pesado. Apesar dos anos que se passaram, quem queria ver o velho Planet Hemp, uma das bandas mais marcantes do final dos anos 90, não se arrependeu de ir à famosa casa de shows na Lapa, região central do Rio.
Todos os ingredientes que deram fama ao Planet Hemp estiveram no palco do Circo. Uma banda afiada, hits, a energia da dupla de cantores Marcelo D2 e Black Alien e, claro, a apologia à maconha. Logo de cara, o Planet Hemp deixou claro que os anos afastados dos palcos não mudaram o principal mote da banda. Na abertura, um vídeo no telão mostrava o carismático Gil Away, que se notabilizou no programa "Hermes e Renato", da MTV, defendendo a erva, em meio a imagens de passeatas que pedem a legalização do consumo da maconha.
Depois do vídeo, a banda abriu o show com a clássica Legalize já, e fez uma sequência de sete músicas do primeiro disco, Usuário. Era o denominado primeiro ato, batizado de "O usuário e a luta pela legalização". Nele, a banda não economizou no peso e presenteou os fãs das canções hardcore do grupo, como "Mary Jane" e "Bala Perdida". Não faltaram, lógico, hits como Dig, Dig, Dig (Hempa), Fazendo a cabeça e A Culpa é de Quem?.
A música 021 abriu a segunda parte do show, que foi regada às canções do segundo disco, Os cães ladram, mas a caravana não para. No telão, imagens referentes ao Rio de Janeiro e ao Flamengo, com uma bela sequência de gols de Zico, maior ídolo do clube. Depois do início pesado, o Planet Hemp abriu mais espaço para o rap, um dos ritmos que permeiam a discografia da banda. Queimando TudoQuem tem Seda e Adoled, baseada em The Ocean, do Led Zeppelin, levantaram ainda mais a plateia e foram cantadas pelo público.
A parte final foi baseada em canções do terceiro e derradeiro disco de estúdio do grupo, A invasão do sagaz homem fumaça. O hit Ex-quadrilha da fumaça abriu a sequência de cinco músicas, na qual Contexto foi acompanhado em coro pelo público.
"Nem parece que a gente não tocava há dez anos para vocês", disse o líder da banda, Marcelo D2, empolgado com a performance da banda.
A banda mostrou estar afiada como nos velhos tempos. A cozinha pesada e precisa formada pelo baixo de Zé Gonzales e a bateria de Pedrinho dava o suporte para os solos inspirados da guitarra de Rafael. À frente da banda, B Negão e Marcelo D2 seguraram os vocais com energia e vitalidade. D2, aliás, parecia voltar no tempo, e não lembrava nem um pouco suas performances na carreira solo. Para se ter ideia, o manjado bordão "Vamos fazer barulho" só foi gritado uma única vez durante o show.
Quase duas horas depois, o Planet Hemp fechava o retorno aos palcos com Samba Makossa, cover de Chico Science e Nação Zumbi, e o sucesso Mantenha o Respeito. Ainda assim, a banda parecia não querer sair do palco, e iniciou uma espécie de retrospectiva do show, tocando partes de algumas das 23 músicas que tinham sido executadas.
A banda segue agora em turnê que vai passar por dez cidades e se estenderá até dezembro. Pelo visto ontem, o Planet Hemp deve continuar fazendo muito barulho por aí.

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