A banda Mombojó, expoente do pós-mangue beat, comemora uma década de carreira com o álbum Mombojpo 11º Aniversário, que reúne nove canções conhecidas e uma inédita |
Do Correio da Bahia
Não querer definir o estilo do som que produz é o grande negócio do Mombojó. A banda formada por um quarteto de recifenses, todos com até 30 anos, comemora uma década com o álbum Mombojó 11º Aniversário (Som Livre), mais um trabalho puxado para sonoridades universais, com poucas influências regionais.
"A raiz, naturalmente, é recifense, que está no nosso sangue e não tem como ser diferente, mas a gente tem uma referência mundial para a produção. Nossa marca é a liberdade musical. Eu diria que temos um estilo esperimental", explica o baterista Vicente Machado, 26 anos.
Destaques da geração pós-mangue beat, Vicente, Felipe S., 30, Chiquinho Moreira, 29, e Marcelo Machado, 28, resolveram revisitar a trajetória no novo disco, que, apesar de apresentar uma faiza inédita, revê nove canções dos álbuns já lançados Nadadenovo (2004), Homem Espuma (2006) e Amigo do Tempo (2010).
Tudo feito com jeito de novidade, há que se ressaltar, em arranjos bem diferentes, sem ênfase nas guitarras e sem metais. "A gente gosta de misturar, sem muito padrão. Fazer com que cada disco soe diferente. escolha do repertório foi pra nos rever e sintetizar a carreira mesmo. Dessa ideia surgiu o tempero do trabalho. O resto foi desenhando", completa o músico.
PERDA - As novas versões, além de sintetizarem a carreira da banda, traçam um retrato atual do grupo. A única faixa inédita, Procure Saber (Felipe S./ Marcelo Campello), segue com a mesma tendência sonora. "A composição já existia antes, mas o corpo, a musicalidade, surgiu agora mesmo. Ela entrou junto do conceito todo", ressalta.
A nova fase da banda veio depois de dois traumas: a morte por infarto ddo trombonista e flautista Rafa Barbosa e a saída do vocalista Marcelo Campelo, ambos em 2007. "A gente não quis colocar ninguém para substituí-los e eles eram a parte mais acústica da banda", pontua Vicente.
Apesar da ausência dos integrantes, o grupo não se limitou, passando a usar sutilezas eletrônicas. "Perdemos isso ao vivo, mas nas regravações a gente trabalha com a cabeça bem aberta, fazemos o que dá na teha, usando samplers no show", completa o bateria.
Mombojó 11º Aniversário traz diversas participações especiais, todas de músicos que se relacionaram com a Mombojó ao longo de dez anos de estrada. Para cada participação tiveram uma ideia diferente. Com uns, procuraram uma música para encaixá-los. Mas teve o caso também da música ter a cara de alguém.
Marcam presença nesse trabalho músicos como o produtor de Nadadenovo, Ígor Medeiros, na faixa Faaca; o líder da banda Devotos, Cannibal, em Realismo Convincente; e dos irmãos China e Ximaru na canção Estático. O pianista Vítor Araújo participa de Baú e, por fim, a Nação Zumbi, em Justamente.
PRODUÇÃO - Apesar das diversas participações, o álbum, produzido pela própria banda com Rodrigo Sanches, foi todo gravado praticamente ao vivo e mixado em apensas duas semanas. "A gente ensaiou bastante, planejou bem e quando fomos para o estúdio fizemos uma música por dia", revela Vicente.
Agora, a banda prepara uma turnê nacional e, simultaneamente, está iniciando produção de um disco com inéditas para lançar no ano que vem. Ainda não há previsão para show em Salvador. Mas, Vicente garante que não é por falta de vontade dos caras: "Estamos com uma saudade retada. Salvador sempre nos abraçou. O público sempre foi massa".
Mombojó 11º Aniversário
- Artista: Mombojó
- Produção: Mombojó e Rodrigo Sanches
- Lançamento: Som Livre
- Preço: R$19,90
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